Educação
se aprende em casa, a escola complementa e ensina a viver em grupo. Estádio é
local de torcer. E torcer não é cair na porrada ou se matar no Maracanã; mas
ficar em pé em lances de perigo, tirar a camisa e balançar bandeiras não foi
até hoje causa-mortis de ninguém em jogo de futebol.
O
Consórcio Maracanã S/A faz muito bem em colocar separação entre as torcidas, é
cultural que haja um duelo pacífico entre elas, além da necessidade de
pertencimento a um ou outro grupo. Isso faz parte do torcedor. Mas faz muito
mal em negar ao mesmo torcedor sua bandeira, seu apito - como ocorreu comigo na
Copa das Confederações - ou os instrumentos de percussão.
Os
"surdões" pertencem às torcidas organizadas. Ok, têm razão.
Raciocinemos, pois: você compra um cachorro, não ensina onde faz xixi e ele
mija a casa toda. Quando você reforma a casa, você tenta fazer o bicho aprender
ou se desfaz dele? É simples: usa o TAC, Termo de Ajuste de Conduta, há câmeras
por todo o Maraca.
Qualquer
proposta que vise extinguir torcida organizada, ou pelo menos seu enquadramento
real nas leis praticadas é bem-vinda. Mas achar que estádio novo é o caminho é
ledo engano. Tirar do torcedor sua espontaneidade, seu prazer e seu
divertimento não resolve este problema.
A
arquibancada corrobora o que ocorre nas ruas, retrata dentro do estádio a
realidade vivida fora dele. Não o contrário.
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