23/08/2013

O BAMBU NÃO TEM ONDE FICAR

Educação se aprende em casa, a escola complementa e ensina a viver em grupo. Estádio é local de torcer. E torcer não é cair na porrada ou se matar no Maracanã; mas ficar em pé em lances de perigo, tirar a camisa e balançar bandeiras não foi até hoje causa-mortis de ninguém em jogo de futebol.

O Consórcio Maracanã S/A faz muito bem em colocar separação entre as torcidas, é cultural que haja um duelo pacífico entre elas, além da necessidade de pertencimento a um ou outro grupo. Isso faz parte do torcedor. Mas faz muito mal em negar ao mesmo torcedor sua bandeira, seu apito - como ocorreu comigo na Copa das Confederações - ou os instrumentos de percussão.

Os "surdões" pertencem às torcidas organizadas. Ok, têm razão. Raciocinemos, pois: você compra um cachorro, não ensina onde faz xixi e ele mija a casa toda. Quando você reforma a casa, você tenta fazer o bicho aprender ou se desfaz dele? É simples: usa o TAC, Termo de Ajuste de Conduta, há câmeras por todo o Maraca. 

Qualquer proposta que vise extinguir torcida organizada, ou pelo menos seu enquadramento real nas leis praticadas é bem-vinda. Mas achar que estádio novo é o caminho é ledo engano. Tirar do torcedor sua espontaneidade, seu prazer e seu divertimento não resolve este problema.

A arquibancada corrobora o que ocorre nas ruas, retrata dentro do estádio a realidade vivida fora dele. Não o contrário.

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